Balada do navegante

 

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poema no ritmo Jambo (curto-longo) 

de Ruth Salles

Jambo: v____ (curto-longo). Atua vigorando o passo para frente e com vontade. Também ajuda a criança excessivamente retraída a se expandir. Ela se retrai na sílaba curta e se solta na longa. Sublinhamos aqui as sílabas longas dos primeiros versos, para mais fácil compreensão.

 

BALADA DO NAVEGANTE

Em sua nau, saiu ao mar
o navegante a navegar.
Até aonde a vista alcança,
a onda rola sempre mansa.
“Que céu azul… Que brisa leve…”
E o navegante mais se atreve.
E cantarola, e o braço forte
apóia ao leme e segue ao norte.

O vento sopra e a vela expande.
A terra é longe, e o mar é grande.
A sombra desce… Vem de onde?
Entreva a onda e o sol esconde.
É nuvem baixa! E escurece!
E já se espalha! E cresce, e cresce!
Em céu de chumbo há um clarão,
e se ouve o estrondo de um trovão.

E, ao relampejo cor de prata,
a tempestade se desata.
O navegante então se cala,
e range a nau e agora estala.
– Amaina a vela, ó navegante!
Agarra o leme! Adiante, adiante!
E a vaga vem e aumenta mais,
e vem mais outra logo atrás.

E zune o vento, e uiva, e canta.
E o mar responde e se levanta.
E a nau se ergue num segundo
e já resvala em vale fundo,
e sobe e desce, sem parar,
e geme e range, a balançar.
“Senhor meu Deus, perdi meu norte!
Amansa, amansa o vento forte!”

O navegante entoa a prece,
e o vento volta e se arrefece.
A nesga azul no céu se espraia
e mostra ao longe a esguia praia.
O porto é perto, o mar amansa,
e o navegante enfim descansa.
E, içando a vela ao vento brando,
agradecendo irá chegando…

 

***

 

 

 

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