Rosinha de Espinhos, a Bela Adormecida

 

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Peça de um conto dos irmãos Grimm

de Ruth Salles

Dramatização do conto dos irmãos Grimm, mais conhecido entre nós pelo segundo título, da versão do escritor francês Charles Perrault. O primeiro e o último tema musical são em escala pentatônica; o segundo é uma melodia popular.

PERSONAGENS: Coro de pessoas da corte, Rei, Rainha, Rã, Criado, 12 fadas boas, 1 fada má, Rosinha,Velha, Sebe de espinhos, Jovem Rei, Avô.

REI (passeando com a rainha):
– Que pena não termos um filho, Rainha…

RAINHA:
– E eu queria tanto uma criancinha!

RAINHA E CORO (cantam):
“Feliz é a pomba com seus pombinhos,
e a mamãe pata com seus patinhos.
Por que um anjinho não vem para mim?
Eu sonho com ele um sonho sem fim.”

RAINHA:
– Na margem do rio uma rã eu vejo!

RÃ:
– Oh, Rainha, será cumprido o seu desejo.
Paciência, irmãzinha, mas você verá
que linda filhinha lhe nascerá.

RAINHA E CORO (cantam):
“De um anjo ela fala, que vem para mim,
que vou embalar nos braços assim, (bis)
com muito carinho e bem de mansinho.”

CORO (após um momento):
– Que grande surpresa! Quem não viu que
veja!
Nasceu a princesa! Bem-vinda ela seja!
É uma menininha! Quem não viu que veja!
Linda princesinha… Bem-vinda ela seja!

RAINHA (ao rei):
– A nossa filhinha, ó Rei meu senhor,
é tão rosadinha, parece uma flor.

REI:
– Rosinha de Espinhos seu nome será.
E um grande banquete aqui se dará!

RAINHA:
– As fadas virão, serão convidadas,
e a nossa Rosinha será abençoada.
(canta, embalando Rosinha, ou entoa só “hum, hum…”, sem cantar) :
“Oh, durma, Rosinha, que o sol já se deitou.
Está lá dormindo, e a noite chegou.”
(Rei e Rainha ao lado do berço. O criado com os pratos. Vão entrando as fadas, uma de cada vez. )

REI (à 1ª fada):
– Oh, bem-vinda seja! Entre, fada, imploro!
(ao criado):
– Ponha para ela um prato de ouro!

1ª FADA (junto ao berço):
– Seja abençoada esta menininha.
Será virtuosa esta princesinha!

2ª FADA (a um gesto do rei):
– Seja abençoada esta menininha.
Será corajosa, esta princesinha!

DA 3ª À 11ª FADA:
– Um bom coração, ó minha princesa!
– Uma mente clara, ó minha princesa!
– Não dirá mentira, ó minha princesa!
– Terá paciência, ó minha princesa!
– Será sempre alegre, ó minha princesa!
– Eu lhe dou modéstia, ó minha princesa!
– Eu lhe dou beleza, ó minha princesa!
– Terá muito juízo, ó minha princesa!
– Será delicada, ó minha princesa!
(Antes da 12ª fada, entra a 13ª. O criado já havia posto doze pratos de ouro na mesa.)

CRIADO:
– Oh, senhor, não há mais prato algum.
Mais de doze, em ouro não temos nenhum.

REI (ao criado):
– Ponha um dos outros em seu lugar.
(à 13ª fada):
– Sente-se, boa fada.Venha comemorar!

13ª FADA (junto ao berço):
– Dessa afronta, ó rei, eu me vingarei.
Para esta princesa, não há esperança.
Aos quinze anos se espetará
no fuso da roca e morrerá! (sai, furiosa)

12ª FADA (junto ao berço):
– Apenas dormindo ela vai ficar.
Seu sono, cem anos há de durar.

REI:
– Isto é uma lei!
Queimem-se todos os fusos do reino!
Assim diz o rei!

RAINHA (canta com o coro):
“Rosinha de Espinhos feliz crescerá,
tal qual cresce a lua no céu a brilhar.”
(Pausa para que o tempo passe. O Rei, a Rainha e Rosinha.)

REI:
– Você cresceu, princesinha.
Já tem quinze anos, filhinha.

RAINHA:
– Seu presente vai chegar.
Vamos sair e buscar.
(Saem).

ROSINHA:
– Quinze anos! O mundo é belo!
Vou visitar todo o castelo!
…….
Como é estreita esta escadinha!
Como é pequena esta portinha.

ROSINHA (à Velha):
– Bom dia, minha avozinha,
a senhora, que está fazendo?

VELHA:
– Estou fiando, filhinha,
como você está vendo.

ROSINHA:
– Que roda girando, girando, graciosa…
Vou pegar o fuso! Estou tão ansiosa!
(Espeta-se no fuso)
Meus olhos estão fechando…
Que sono já vem chegando…

(Cai num leito e dorme. O Coro fala, enquanto os meninos
que representam a sebe de espinhos vão cercando Rosinha.)

CORO:
– Oh, Rosinha tão querida,
nossa Bela Adormecida.
Também dorme a casa inteira.
Começou a longa espera.
Como a letra da cantiga,
da cantiga muito antiga…
O tempo correu a passar,
o mato cresceu ao redor,
e um dia veio um jovem rei
cheio de amor…

JOVEM REI:
– Que é que se esconde, avozinho,
atrás dessa sebe de espinhos?

AVÔ:
– Disse o avô dos meus pais,
que existe um castelo atrás,
onde dorme uma princesa.
Essa Bela Adormecida
espera um príncipe chegar
que a consiga despertar.
Quem já tentou ir lá sozinho
ficou preso nos espinhos. (Ele vai saindo.)

JOVEM REI:
– Pois eu quero me aventurar
e despertar a princesinha.
(Lança-se à sebe com a espada. A sebe se
afasta para ele passar.)

SEBE E CORO:
– Já passaram os cem anos.
E ele passa sem nenhum dano.
(O jovem rei vai andando e vendo o rei, a rainha e o criado dormindo,
a velha e, por fim, a princesinha.)

JOVEM REI:
– A princesa vou despertar
com o beijo que vou dar…
(Inclina-se e a beija.)

ROSINHA (abrindo os olhos):
– Onde se encontra todo mundo?
Caí num sono tão profundo…
Rei, você veio me acordar?
É com você que vou casar.

JOVEM REI:
– Juntos, da torre desceremos,
e seus pais então procuremos.
E eu vou pedir a sua mão,
e casaremos logo, então.
(Todos vão acordando aos poucos e vão falando.)

CORO E TODOS DA CORTE:
– Bom-dia, sol, bom-dia, céu,
bom-dia, perna, bom-dia, mão,
bom-dia, terra, bom-dia, amigos,
bom-dia, mosca, bom-dia, cão.
Nós o saudamos, formoso mundo,
depois de um sono tão profundo.
Que alegria! Ali sorrindo,
Rosinha de Espinhos já vem vindo.
Finalmente aqui já entrou
com o jovem rei que a despertou.

CORO E BAILE FINAL:
‘’Vamos nós dançar, todos a cantar!
A Bela Adormecida acordou e vai casar! (Bis)!

 

ROSINHA DE ESPINHOS, A BELA ADORMECIDA

Letra e música de Ruth Salles (o segundo tema é uma melodia popular, com letra da mesma autora)

 

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