Bastien e Bastienne

 

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ópera de Wolfgang Amadeus Mozart

versão do texto para o português: Ruth Salles

NOTAS
A respeito da ópera cômica BASTIEN E BASTIENNE de Wolfgang Amadeus Mozart

Mozart, grande compositor austríaco, nasceu em Salzburg, no dia 27 de janeiro de 1756, e faleceu em Viena, no dia 5 de dezembro de 1791, antes de completar 36 anos. Dotado de uma precocidade musical inimaginável, esse grande mestre é autor de muitas obras-primas. Esta ópera cômica, “Bastien e Bastienne”, ele a compôs em 1768, aos 12 anos de idade, para o teatro amador de um amigo de sua família, dr. Messmer, de Viena. Nesse mesmo ano, a ópera foi representada. O libreto em alemão, escrito por Friedrich Wilhelm Weiskern, é tradução de uma opereta francesa de Mad. Favart, “Os Amores de Bastien e Bastienne”, a qual havia sido composta baseada no intermezzo de Rousseau, “Le Devin du Village”.A pedido do professor Alpineu Brigagão, foi feito o libreto em português, graças à tradução literal do alemão, realizada pela professora de música Mechthild Vargas (Meca). A direção ficou a cargo dessa professora de música, que me ajudou também, revisando comigo ária por ária o libreto em português, a fim de conseguirmos ajustá-lo o melhor possível à música. A ela, meus agradecimentos.

Ruth Salles

PERSONAGENS

BASTIENNE, uma pastora (soprano)

BASTIEN, seu namorado (tenor)

COLAS, um suposto mago (baixo)

(Cada personagem é representado por um grupo de alunos e alunas.)

A ação se passa diante de uma aldeia. O cenário mostra uma aldeia com vista para o campo.

 

ABERTURA

– instrumental –

PRIMEIRA CENA

Bastienne com um retrato na mão

BASTIENNE:

Nº 1 – ÁRIA:
“Ele partiu. Estou sozinha.
Não posso mais dormir em paz (bis).
Ah, o amor é só penar.
Meu coração só faz chorar (bis).
Oh, quanto frio minh’alma sente (bis).
Tanto tormento me faz morrer (3 vezes)”.

PARTE FALADA:
– Eis teu retrato! Olho-te um momento…
e dói a alma, e cresce o sofrimento.
E a teu retrato então pergunto agora:
‘Oh, por que não vens ver tua pastora?’
Não te olho mais! Prefiro andar sozinha
pelos campos, com minhas ovelhinhas.

Nº 2 – ÁRIA:
“No verde pastoreio,
nem sei, nem sei o que fazer (bis).
Aqui me vem alegria
das ovelhinhas só (bis).
A infeliz e atroz solidão traz tanta dor ao coração (3 vezes),
traz tanta dor ao coração.”

PARTE FALADA:
– Aqui, na relva deitada,
contemplo o céu azulado.
Mas, cada nuvem que passa
com perguntas me embaraça:
‘Onde foi teu bem-amado,
que já não está do teu lado?’
– Oh, cala-te, nuvem densa,
antes que o sono me vença. (Bastienne adormece.)

 

SEGUNDA CENA

Bastienne adormecida. Colas entra tocando uma gaita de fole.

Nº 3 – INTERLÚDIO INSTRUMENTAL (enquanto Colas entra)

PARTE FALADA (Colas):
– Ora, ora, quem vejo lá
em plena relva a cochilar?
É Bastienne! E, apenas olhando,
vê-se mesmo que andou chorando.
Lágrimas podem revelar
o que os lábios querem calar.

Nº 4 – ÁRIA (Colas):
“Vem uma linda jovem me pedir
que leia sua sorte (bis).
E seu olhar apaixonado me revela tudo (bis),
e me revela tudo.
A alegria só seu bem-amado pode lhe dar (bis).
É fácil ler a sorte num olhar
assim apaixonado (bis). (Colas se esconde e Bastienne acorda.)

PARTE FALADA (Bastienne):
– Ah, não foi bom que eu tenha aqui dormido,
porque sonhei com meu Bastien querido.
E no sonho ele nem sequer me olhava.
Havia outra que o cativava.
Um lindo anel de ouro ela lhe deu.
De minhas flores ele se esqueceu…

Nº 5 – ÁRIA (Bastienne):
“Quando meu Bastien furtava
uma pequena flor para mim (bis),
eu sentia alegria
como ele também sentia.
Mas agora, com presentes, uma outra
o atrai (bis).
Tudo que se possa pensar quem lhe deu? Bem sei: fui eu (bis).
Quem lhe deu? Bem sei: fui eu.
Lindos campos, ovelhinhas
com prazer lhe ofertei (bis).
E agora me despreza quando tanto já lhe dei (bis).
Lindos campos, ovelhinhas
com prazer lhe ofertei,
e agora me despreza
quando tanto já lhe dei (bis),
e agora me despreza quando tanto já lhe dei (bis).”

PARTE FALADA (Colas e Bastienne):

COLAS: – Ora, ora!
Deixa que ele se vá embora!
Não é só um Bastien que existe.
Afinal, por que estar triste?
És tão linda! Hás de encontrar
outro que queiras conquistar.

BASTIENNE: – Não!

Nº 6 – ÁRIA (Bastienne):
“Se eu aceitar os galanteios
de qualquer que queira me amar,
os mais belos jovens da aldeia
os seus corações virão me dar.
Mas só Bastien eu sei amar,
só Bastien eu sei amar,
e jamais darei a outro meu amor.
Eu só sei dizer: ‘Aprendei
com quem é jovem (bis).
A virtude, a virtude
nas pastoras existe também (bis).”

PARTE FALADA (Colas e Bastienne)

COLAS:
– Não há no mundo coisa melhor
do que uma mulher fiel no amor.

BASTIENNE:
– Ah, ele agora fala assim,
mas ainda há pouco disse a mim
que fosse infiel!… Que conselheiro!

COLAS:
– O primeiro conselho que te dei
foi a fim de testar o teu amor.
Já te darei conselho bem melhor!
Suponhamos que teu Bastien querido
põe seus olhos em rica e fina dama
e agora te diz: ‘Bastienne amiga,
já me cansei de ti.’ E tu exclamas:
‘Eu também; e há bastante tempo, amigo.’
E ele: ‘Subo agora ao seu castelo.’
E tu: ‘Em boa hora. Estava à espera.’
E ele: ‘Estou amando a bela dama.’
E tu: ‘Boa notícia!’ E ele: ‘Então,
deixas que eu vá embora?’ E tu: ‘Pois não!
Que beijos e mais beijos lá te esperem,
pois quanto a mim vou passear na aldeia,
como toda pastora que se preze.
Porei o chapéu verde, que me enfeita,
comprarei um vestido de veludo,
sapatos de brocado bem bordado…’
E ele: ‘Maldição!! Pois eu, então,
comprarei um cavalo! Ou dois! Ou três!
Toda a coudelaria de uma vez!’
Pois quanto mais cavalos acrescenta,
mais, junto a ele, o teu valor aumenta.
E ele te olhará com novos olhos
e, entre arrependido e enamorado,
ficará fielmente do teu lado.

BASTIENNE:
– Será que esse conselho dará certo?

COLAS:
– Mas, decerto!

BASTIENNE: – E é seguro?

COLAS: – Garantido!
Se tiveres bom ânimo e alegria,
deixa o resto por conta da magia.

Nº 7 – DUETO (Colas e Bastienne)

COLAS:
“Seguirás o meu conselho, o meu conselho,
sem jamais esmorecer (bis).”

BASTIENNE:
“Oh, senhor, o teu conselho
seguirei sem mais tardar (bis).”

COLAS:
“E serás agradecida (bis)?”

BASTIENNE:
“Sim, jamais esquecerei (bis),
esquecerei.”

COLAS:
“É tão jovem e inocente…
Alegria no olhar
procura mostrar
e, então serás feliz.”

BASTIENNE:
“Sim, senhor, assim farei (bis).

COLAS: BASTIENNE:
“Alegria no olhar …………….
deves sempre demonstrar, “Sim, senhor assim farei.
e então serás feliz (bis).” Alegria mostrarei (bis)” (Bastienne sai.)

 

(continua)

 

Havendo interesse em representar a peça, enviaremos o texto completo em PDF. A escola deve solicitar pelo email: [email protected]
Favor informar no pedido o nome da instituição, endereço completo, dados para contato e nome do responsável pelo trabalho.

 

 

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