A Vida é Sonho

 

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peça de Calderón de La Barca

tradução e adaptação de Ruth Salles

NOTAS

Don Pedro Calderón de La Barca, figura ímpar do teatro espanhol, nasceu em 1600, em Madri, e faleceu em 1681. Suas peças tinham tamanha popularidade, que sua morte representou verdadeira calamidade pública. Fiel espelho dos costumes de seu tempo, Calderón foi o autor que mais documentou em seus dramas as idéias e os sentimentos do século XVII, como por exemplo a humildade e a fidelidade dos vassalos perante a inviolável autoridade do rei. Calderón não cria “tipos”, como Molière, mas suas personagens são simbólicas. Em “A Vida é Sonho”, Segismundo é o símbolo do ser humano em luta consigo mesmo. Predestinado para o mal, ele vence os desígnios dos astros e alcança a virtude. O pai de Segismundo, rei astrólogo, tenta conjurar sua predestinação encerrando-o numa torre. Na primeira saída da torre, o príncipe se mostra brutal e impulsivo, iniciando o cumprimento dos desígnios. De novo é encerrado na torre, mas esta segunda reclusão representa mais um retiro interior, em que amadurece dentro do homem o verdadeiro livre arbítrio. Segismundo tentará, então, não agir mais a partir de uma visão nebulosa da vida (sonho), em que campeiam impulsos e paixões, como sua inclinação por Rosaura. Conseguirá assim o domínio de seu reino e o amor de Estrela. Segundo o poeta, a predestinação não deve ser absoluta. Por isso, Basílio põe seu filho à prova, dizendo:

a tendência mais violenta,
o mais cruel dos planetas
que nos quer precipitar,
só inclinam o livre arbítrio,
mas não o podem forçar.

“la inclinación más violenta,
el planeta más impío,
solo el albedrío inclinan,
no fuerzan el albedrío.”

Esses seriam os versos que mais nos mostram o sentido de “A Vida é Sonho”.

OBSERVAÇÃO: Nesta versão para o português, procurei condensar o texto como me foi pedido, para que a peça tenha apenas 1 hora de duração, o que seria mais adequado para os alunos. Isto, naturalmente, prejudicou um pouco as rimas que, em minha primeira versão já um tanto condensada, estavam mais de acordo com o original do poeta.

 

PERSONAGENS

Basílio, rei da Polônia.
Segismundo, seu filho.
Astolfo, duque de Moscou.
Clotaldo, velho.
Clarim, bufão, criado de Rosaura
Estrela, infanta.
Rosaura, dama.

Guardas da torre (4).
Soldados de Astolfo.
Damas de Estrela.
Séqüito do rei Basílio.
Criados da corte (4).
Soldados revoltosos.

 

A cena se passa na corte da Polônia, numa fortaleza (torre) em local distante e no campo.

Cenários:
– escarpa diante da porta da torre.
– salão do palácio real, na corte.
– dois aposentos dentro da torre.
– campo próximo à batalha.

 

PERSONAGENS POR CENA

PRIMEIRA JORNADA
Cena 1 (torre) – Rosaura, Clarim; Segismundo, Clotaldo; quatro guardas da torre.
Cena 2 (palácio) – Astolfo e seus soldados; Estrela e suas damas; rei Basílio e seu séqüito; Clotaldo, Rosaura e Clarim.

SEGUNDA JORNADA
Cena 1 (palácio) – Basílio e Clotaldo; Clarim; Segismundo e 4 criados; Astolfo; Estrela; Rosaura (como Astréia); o séqüito do rei.
Cena 2 (dentro da torre) – Segismundo; Clotaldo; 2 guardas e Clarim; Basílio.

TERCEIRA JORNADA
Cena 1 (dentro da torre) – Clarim; 3 soldados revoltosos; Segismundo; Clotaldo.
Cena 2 (palácio) – Basílio e Astolfo; Estrela; Clotaldo; Rosaura.
Cena 3 (campo) – Segismundo e 3 soldados revoltosos; Rosaura; Clarim; Basílio, Clotaldo e Astolfo; Estrela, damas e séqüito do rei.

 

PRIMEIRA JORNADA

Cena 1

De um lado um monte escarpado; do outro uma torre, cuja base serve de prisão a Segismundo. A porta que dá frente para o espectador está aberta. A ação principia ao anoitecer.

(Rosaura, vestida de homem, aparece no alto das pedras e desce; atrás dela vem Clarim. Rosaura fala, olhando em direção a um suposto cavalo deixado para trás.)

Nota:
grifo – animal fabuloso, de cabeça de águia e garras de leão.
hipogrifo – animal fabuloso, metade cavalo e metade grifo. (N. T.)

 

ROSAURA:
– Hipogrifo violento,
que corres tão depressa quanto o vento,
se nestas duras penhas
tu disparas, te arrastas e despenhas,
deixo-te aí em cima
e sigo a pé a minha triste sina.
– Polônia, tu recebes
bem mal a um estrangeiro, pois escreves
com sangue sua chegada
em tuas terras de tão dura entrada.
Minha sorte assim quis.
E onde encontra piedade um infeliz?

CLARIM:
– Um infeliz apenas? Somos dois,
que da pátria chegamos;
dois que por estas pedras já rolamos.
Eu passei maus momentos,
e não falas de mim em teus lamentos?

ROSAURA:
– Silenciei teu nome,
pois no silêncio a dor não te consome.
Um filósofo achava
que se o homem se queixa de uma dor
faz surgir outra dor.

CLARIM (com desdém):
– “Um filósofo achava…”
Decerto algum barbudo embriagado.
Com um bofetão bem dado,
queria ver se ele não se queixava!
Mas, que fazer agora,
sozinhos e perdidos nesta hora,
no ermo deste monte
quando o sol já descamba no horizonte?

ROSAURA:
– Clarim, se minha vista
não se engana, bem próximo se avista
estranha construção…

CLARIM:
– É uma torre. E bem perto.

ROSAURA:
– Que escuridão pra lá da porta aberta…
O sol vai-se escondendo…
Quantas trevas a torre está vertendo!
Até mesmo parece
que é de lá que esta noite nasce e cresce. (ouve-se um ruído de correntes.)
Que ruídos eu ouço!

CLARIM:
– Arrastar de correntes!… Tal rumor
se escuta em calabouços!

SEGISMUNDO (surgindo na porta, com grilhões e vestido de pele; luz na torre):
– Oh, céus! Infeliz de mim!
Por que Deus me trata assim?
Que delito cometi
apenas porque nasci?
Ó Deus que me castigais,
não nasceram os demais?
Voa uma ave serena
com suma velocidade
e deixa, contente e calma,
seu ninho, sem piedade.
E eu, que tenho mais alma,
tenho menos liberdade?
Nasce a fera e, cedo ainda,
em crua necessidade,
em desamparo e faminta,
aprende atroz crueldade.
E eu, com melhor instinto,
tenho menos liberdade?
Nasce o peixe e já se mira
e por qualquer parte gira.
Tanto lhe dá sul ou norte
no cuidar de sua sorte.
E eu, com maior vontade,
tenho menos liberdade?
Nasce o rio e se desata
como serpente de prata
por entre o campo que se abre
à sua alegre fugida.
E eu, que tenho mais vida,
tenho menos liberdade?
É esta a minha paixão:
num feroz vulcão transfeito,
quisera arrancar do peito
pedaços do coração.

ROSAURA:

– Tenho pena… e um medo atroz.

SEGISMUNDO:

– Quem escutou minha voz?

ROSAURA:

– Foi só um triste (ai de mim!)
que nestas escarpas frias
escutou o que dizias.

SEGISMUNDO:

– Ah, eu mato, com certeza,
quem ouviu minha fraqueza.

CLARIM:

– Eu sou surdo. Eu nada ouvia!

ROSAURA:

– Se és humano, bastaria
que a teus pés eu me prostrasse
para que me libertasses.

SEGISMUNDO:

– Tua voz me atinge fundo…
Quem és? Nada sei do mundo.
Pois eu, desde que nasci,
(se isto é nascer…) só vivi
aqui neste ermo absorto,
miseravelmente esquivo,
como um esqueleto vivo,
como um animado morto.
Somente tu conseguiste
deter meu furor tão triste.

ROSAURA:
– E eu, assombrada de ver-te
e surpresa de encontrar-te,
já nem sei o que dizer-te
e nem o que perguntar-te.
Eu sou…

CLOTALDO (dentro): – Guardas desta torre!
Qual de vós se acovardou
ou dormiu e assim deixou
que entrassem aqui dois homens,
violando esta prisão?

SEGISMUNDO (a Rosaura):
– É Clotaldo, meu guardião.

CLOTALDO (chama dois guardas):
– Acudi! Ainda é tempo!
Enquanto não se defendem,
Matai os dois ou prendei-os!

GUARDAS 1 e 2 (de dentro):
– Traição!

CLARIM (com jeito): – Senhores guardas,
vinde apenas nos prender!…
É mais fácil que matar…

(Surgem Clotaldo, com uma pistola, e os guardas, com o rosto coberto.)

CLOTALDO (à parte, aos guardas))
– Mantende as faces veladas.
Não pode ser revelada
qual a vossa identidade.

CLARIM (gracejando, com medo):
– Brincando de mascarados?…

CLOTALDO:
– Ó vós, que por não saberdes
qual o decreto do rei,
penetrastes nestes ermos
secretos perante a lei,
rendei as armas e as vidas.
Senão esta arma solta
duas balas decisivas.

SEGISMUNDO:
– Ah! Eu hei de me rasgar
nas pedras com mãos e dentes
antes que esta pobre gente
tu consintas em matar.

CLOTALDO (aos guardas e indicando Segismundo):
– Prendei-o em sua cadeia!
Fechai a porta da torre!

SEGISMUNDO:
– Tirano, se livre eu fosse,
seria tal qual gigante
contra vós. Fizestes bem
em tirar-me a liberdade.

CLOTALDO (pensativo):
– Talvez porque não a tenhas
hoje sofras tantos males.

(Os dois guardas levam Segismundo e o encerram na prisão.)

ROSAURA:
– Já que te ofende a arrogância,
seria em mim ignorância
não pedir com humildade
para nós dois piedade.

CLARIM:
– Se nem soberba e humildade
te movem à piedade,
eu, nem humilde ou soberbo,
peço a ti que nos ampares.

CLOTALDO (aos outros dois guardas):
– Olá!

GUARDAS 3 e 4: – Senhor!

CLOTALDO: – Desarmai
estes dois! Depois vedai
seus olhos. Não devem ver
nem como nem de onde saem.

ROSAURA (a Clotaldo):
– Entrego-te minha espada,
que não se rende a qualquer.
E já que mandas aqui
só posso rendê-la a ti.

CLARIM (dando sua espada a um dos guardas):
– A minha não vale nada.
Qualquer um pode levá-la.

ROSAURA (a Clotaldo):
– Já que vou morrer, consente
que a deixe como presente
ou prenda muito estimada
pelo dono que a usava.
Que mistério ela contém
não sei, mas sei que ela o tem.
Talvez seja engano meu,
ou só porque pertenceu
a meu pai.

CLOTALDO: – Quem foi teu pai?

ROSAURA:
– Não o conheci jamais.

CLOTALDO:
– Por que vieste à Polônia?

ROSAURA:
– Para vingar uma afronta.

CLOTALDO (pega e olha a espada; fala à parte, transtornado):
– Oh, que é isto? Santos céus!
(a Rosaura):
– Esta espada, quem te deu?

ROSAURA:
– Uma mulher.

CLOTALDO: – E de onde
te veio essa estranha idéia
de haver na espada um mistério?

ROSAURA:
– Quem deu-me a espada dizia:
“Vai à Polônia e forceja
para que os nobres a vejam.
Sei que alguém te ajudaria.”
Mas não disse quem seria
esse alguém…

CLOTALDO (à parte): – Valha-me Deus! (anda de cá para lá)
Esta é a espada que eu
deixei com a bela Violante,
para ser sinal marcante
daquele que a usaria;
e que eu reconheceria
como meu filho adorado.
Meu filho, este condenado?
Que fazer? Valei-me, ó sorte!
Levá-lo direto ao rei
é levá-lo para a morte.
Mas, se é jovem ultrajado,
é portanto um desonrado.
Ah… então não é meu filho,
nem tem o meu sangue nobre!
Mas, se veio aqui vingar-se
correndo tão sério risco,
é meu filho, tem meu sangue,
pois tem coragem tão grande!
Mas o meu dever é lei,
e devo levá-lo ao rei!
(a Rosaura e Clarim):
– Vinde, vinde, forasteiros!
Devo levá-los ao rei.
Serei vosso companheiro.

(Saem todos.)

 

Cena 2

Salão do palácio real, na corte.

(Astolfo e seus soldados entram por um lado; pelo outro, a infanta Estrela e suas damas. Toque de tambores e trombetas. Depois entrarão Basílio e seu séqüito.)

 

ASTOLFO (dirigindo-se a Estrela):
– Ah, Estrela, o teu olhar,
que tem fulgor de cometa
e claridade tão calma,
os tambores e as trombetas
querem homenagear.
Oh, rainha de minha alma,
não vês como estou febril?

ESTRELA (tímida):
– Astolfo, tu és gentil…

ASTOLFO:
– Não duvides do que digo,
mas, Estrela, somos primos,
sobrinhos do rei Basílio,
velho, viúvo e sem filhos.
E ele disse que queria
um acordo entre nós dois.
E, se nós dois nos amamos
e se logo nos casamos,
a coroa será nossa
num futuro muito próximo!

ESTRELA:
– Eu pretendia ser tua…
Teu amor já se insinua,
mas o meu, embora intacto,
não se mostra satisfeito,
por causa desse retrato
que estava sempre em teu peito.

ASTOLFO (ouvem-se tambores):
– Eu explicaria isto,
mas não é próprio o momento.
Parece que o rei vem vindo
com seu acompanhamento.

ESTRELA:
– Vamos dar-lhe nosso abraço!

BASÍLIO (entrando com seu séqüito):
– Sobrinhos, vinde a meus braços! (volta-se para todos)
– Sabeis, sobrinhos queridos,
meus vassalos, meus amigos,
que o mundo me deu o título
de doutor nessa ciência
desses astros cristalinos,
em que campeiam os signos.
Porém o saber, às vezes,
pode ser punhal bem fino.
Ouvi-me, pois, eu suplico!
Minha esposa Clorilene
deu-me um desgraçado filho… (zum-zum geral)
Nasceu em péssimo horóscopo,
em que os dois faróis divinos,
a lua e um sangrento sol,
entraram em desafio.
Deu-se o mais horrendo eclipse
desde que o sol, com seu sangue,
chorou a morte de Cristo.
Segismundo assim nasceu,
dando de si maus indícios,
pois que sua mãe morreu.
E eu vi que ele seria
príncipe duro e cruel,
e que eu (digo com vergonha)
me renderia a seus pés.
E então, por causa disso,
ele vive numa torre,
pobre, mísero e cativo.
Com ele está só Clotaldo,
que o instruiu nas ciências
e também na lei divina.
Mas hoje penso que é lei
ele se tornar o rei;
e não há lei que me diga
que, para afastar tiranos,
use eu de tirania,
e que eu cometa delitos
somente para impedir
meu filho de cometê-los.
As previsões impropícias
talvez possam ser vencidas:

a tendência mais violenta,
o mais cruel dos planetas
que nos quer precipitar
só inclinam o livre arbítrio,
mas não o podem forçar.
E por isso decidi
que ele venha governar
sem que saiba que é meu filho.
Se for prudente e benigno
será vosso rei legítimo;
contudo, se for cruel,
volta à torre esse cativo.
E vos dou reis bem mais dignos:
meus dois diletos sobrinhos
pelo casamento unidos.

ASTOLFO:
– Se cabe a mim responder,
que Segismundo apareça,
pois lhe basta ser teu filho.

TODOS OS DA CORTE:
– Que nos seja dado o príncipe
e que seja nosso rei!

BASÍLIO:
– Amanhã vós o tereis!

TODOS:
– Viva o grande rei Basílio!

(Saem todos acompanhando Estrela e Astolfo. O rei fica. Entram Clotaldo, Rosaura e Clarim.)

BASÍLIO (a Clotaldo):
– Benvindo sejas!

CLOTALDO: – Ó rei,
deu-se um fato inesperado,
que rompe os foros da lei.
Este jovem recém-vindo,
sem querer chegou à torre,
e o príncipe foi visto.

BASÍLIO:
– Ah, Clotaldo, não te aflijas.
Revelei nosso segredo,
e tu serás o instrumento
de um grande acontecimento. (aponta Rosaura e Clarim)
Dá liberdade a esses presos. (o rei sai)

CLOTALDO (à parte):
– Os céus me foram propícios!
Não direi que este é meu filho.
(a Rosaura e Clarim):
– Estais livres, forasteiros!

ROSAURA (inclina-se):
– Teus pés eu beijo. Agora
vou vingar a grave ofensa.

CLOTALDO:
– Toma a espada. Ela te basta.
Pois espada que foi minha
há de lavar tua honra! (atrapalha-se e diz):
Quer dizer, ela foi minha
porque esteve em minha mão.

ROSAURA:
– Agora juro vingança,
embora meu inimigo
seja muito poderoso…

CLOTALDO:
– Revela qual é seu nome.
Assim não dou a tal homem
nem uma ajuda somente.

ROSAURA:
– Confio em ti plenamente.
Quem me ofendeu foi Astolfo,
sim, o duque de Moscou.

CLOTALDO:
– Mas… não nasceste em Moscou?
Um vassalo não se sente
ofendido por seu príncipe
e legítimo senhor.

ROSAURA:
– Pois foi uma grande ofensa.

CLOTALDO:
-Mesmo batendo em teu rosto,
não te ofende o teu senhor.

ROSAURA:
– Pois foi ofensa maior.

CLOTALDO:
– Revela então qual foi ela.

ROSAURA:
– Inspiras tanto respeito,
tanta afeição em meu peito,
que só me atrevo a dizer
que este traje é um disfarce.
E, se Astolfo se atrever
a casar-se com Estrela,
ofende-me. Isso basta. (saem Rosaura e Clarim)

CLOTALDO (pensando, aflito):
– É poderoso o inimigo,
eu vassalo, ela mulher…
Não sei como vou poder
desvendar tal labirinto.
Abismo inimaginável,
todo o céu é um presságio,
e todo o mundo um prodígio! (sai)

FIM DA PRIMEIRA JORNADA

 

(continua)

 

Havendo interesse em representar a peça, enviaremos o texto completo em PDF. A escola deve solicitar pelo email: [email protected]
Favor informar no pedido o nome da instituição, endereço completo, dados para contato e nome do responsável pelo trabalho.

 

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