poema de Ruth Salles
Nos quatro elementos do mundo,
tenta estar sempre de pé,
cintilando entre luz e sombra,
a estrela de cinco pontas
que o homem é.
Poemas para Euritmia
Lá fora, forte, o galo canta
louvando a vida.
Meu canto eu guardo na garganta,
canção contida.
Avança a noite:
todo o peso de suas sombras desce nos ombros das estradas.
Vão as estradas e despejam tudo
na primeira lagoa enluarada.
Eu moro do lado de lá do lago,
nem no fundo nem no raso,
nem na tona nem na margem,
nem no centro…
Eu faço a minha viagem
na asa do lado de lá do vento,
sem rumo nem tempo.
Fui aonde não achei,
antes de ir, voltei…
Lá na cancela
do xaxim desencantado
mora a bruxa Taroena
de chinela e de chinó.
Na brisa as flores bailam,
Calam sobre os vaivéns do vento,
que nem vemos,
e riem…