São Francisco e o presépio

 

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peça de Ruth Salles

Desenho de lousa da professora Beatriz Retz, da Escola Waldorf Aitiara, Botucatu SP.

Esta peça nos conta como Francisco de Assis criou o primeiro presépio, no ano de 1223, na cidade de Greccio. Com um boi e um burro de verdade e pessoas das redondezas, ele quis fazer com que todos se recordassem da simplicidade e da pobreza em que Jesus nasceu.

PERSONAGENS:
São Francisco / Irmão Bernardo / Irmão Silvestre / Irmão Leão / Irmão João de Vellita / Santa Clara com crianças e flores / Um carpinteiro e sua mulher / Três velhos que vêm doar frutas / O coelhinho e o carneirinho (o carneirinho pode ser de pano branco) / O boi e o burro / Povo

Antes ou depois do canto, de um lado da cena, Francisco senta-se num banco, onde se encosta um coelhinho. Ele tem um carneirinho no colo. Do outro lado da cena fica a clareira do bosque com a gruta.

FRANCISCO (canta com todos):
“Louvado sejas, meu Senhor
por todas as criaturas,
e pelo sol, por seu calor,
e a água por sua frescura.
Eu louvo a lua a brilhar
e a terra com tanta fartura,
em quem aprende a perdoar,
eu louvo o amor que perdura.”

FRANCISCO (fala):
– Ó cigarra, cigarrinha,
vem tocar teu violino,
pois chegou a tardezinha,
e o sol já vai dormindo.
Eu carrego em meu joelho
este carneirinho branco,
e um lindo irmão coelho
já se encosta no meu banco.

IRMÃO BERNARDO (apontando):
– Irmão Silvestre, olha só
quantos passarinhos voam
rodeando o roseiral!
todos eles já entoam
as cantigas de Natal.

IRMÃO SILVESTRE:
– Sim, Bernardo, e todos ouvem!
As formigas, as abelhas,
os peixes do ribeirão.
E as flores, com suas cores,
também ouvem a canção.
(Francisco põe o carneirinho no banco e se levanta, chamando João de Vellita.)

FRANCISCO:
– Ah, irmão João de Vellita,
ajuda-me a preparar
um verdadeiro Natal
que hoje vamos celebrar.
Você, por ser muito esperto,
Vai procurar, na carreira,
ali no bosque bem perto
uma gruta na clareira.
(João de Vellita vai em direção à clareira e encontra a gruta.)

IRMÃO LEÃO:
– Irmão João vem voltando!

IRMÃO JOÃO DE VELLITA:
– Já encontrei a clareira,
com uma gruta dentro dela!

FRANCISCO:
– Agora, é a manjedoura
que Silvestre vai buscar.

IRMÃO SILVESTRE (sai depressa):
– Vou num pé e volto n’outro!

FRANCISCO:
– Leão, traz o burro e o boi!
– Bernardo, convida o povo
e chama nossa irmã Clara. (Bernardo e Leão saem.)

CARPINTEIRO (chega com a mulher):
– Que temos aqui de novo?
Que festejo se prepara?

FRANCISCO:
– É um presépio ao relento,
mas cheio de amor e luz,
que nos lembre o nascimento
do Menininho Jesus.
Mas, o senhor… quem seria?

CARPINTEIRO:
– Sou um simples carpinteiro.

MULHER:
– Sou sua mulher Maria.

FRANCISCO:
– Ah, o grande Criador
mandou-me os representantes
dos pais do Menino santo!
Vós quereis representar?
(Enquanto Francisco leva os dois até a gruta, chega Silvestre com a manjedoura e a põe no lugar; chega Leão com o boi e o burro e os deixa diante da manjedoura; chegam Bernardo com o povo e Clara com flores na mão e crianças em volta.)

FRANCISCO (fala com três velhos que vêm com o povo):
– Vós quereis representar
os pastores pobrezinhos,
que vieram adorar
o sagrado Menininho?

PASTOR 1:
– Decerto, decerto, irmão!

PASTOR 2:
– E as frutas que trouxemos,
a todos oferecemos.

PASTOR 3:
– São dadas de coração! (eles vão acabar de compor o presépio)

CLARA:
– O nosso Jesus Senhor
também nos dá seu presente,
pois veio trazer amor
para toda, toda gente!

IRMÃO JOÃO DE VELLITA:
– Francisco, e Jesus Menino
não será representado
por um bebê pequenino?

FRANCISCO:
– Não é preciso, João.
Ele está sempre guardado
bem no nosso coração.

TODOS (cantam):
“O primeiro presépio quem foi que montou?
Francisco de Assis, Francisco de Assis!
Com um boi e um burro
que perto encontrou.
Francisco de Assis, Francisco de Assis!
E um bom carpinteiro, e a mulher que trazia
ali representam José e Maria.
Os pastores são esses três velhos que vêm
até o presépio chegando também.
Mas na manjedoura se vê um clarão.
Francisco se curva e o pega na mão.
E ele vê que carrega o Menino Jesus,
repleto de luz, repleto de luz!”
(Nesse momento, Francisco, que havia feito o gesto de pegar o Menino, faz agora o gesto de entregá-lo a Maria.)

 

 

Fim

 

 

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